4 de julho de 2008

Quis-me, Baby

Quis poder reinar
para desobedecer ditador e o tiranizar

Quis entender olhar
para correr no escuro sem desabar

Quis crescer abismar
para caber no mundo e não caber em lar

Quis esquecer jantar
para prever a noite do cálculo biliar

Quis morder beijar
para adormecer donzela e com ela deitar

Quis sorver devagar
para escorrer o rio e a veia jorrar

Quis aprender surfar
para pertencer à praia e ao topo do mar

Quis merecer molhar
para chover na areia sem onda quebrar

Quis fazer sangrar
para verter noite em quem vampirizar

Quis meter matar
para ver a meta mentir sem calcular

Quis conter vomitar
para beber vinho e cerveja e até o bar

Quis ofender azar
para conter a sorte no jogo do amar

Quis saber tocar
para morrer jovem e guitarras quebrar

Quis sofrer burlar
para pretender apenas preconizar

Quis dever viajar
para conhecer sobre a lua e sob o luar

Quis mexer atar
para sofrer estático sem parar

Quis querer criar
para escrever versos e fazê-los rimar
uma fusão
além de ser-estar
de Aleph Davis
e Robinson Machado
junho/julho MMVIII

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