28 de junho de 2009

Cartas salivadas por almas mancas Empilhadas no fundo desmembrado
do corpo de pernas atravessadas destinando se sem endereço de mundo
Por ruas onde formas visíveis passam numa procissão de desagradáveis odores
Flores de briófitas ornamentam o cadafalso conservando o expirro dos enforcados e a correspondência dos dentes
Girinos mastigam os próprios rabos excitados por peixes esculpidos nas profundezas do mar a disposição dos órgãos produtores de luz
A casa fede cheia de luz As sombras não são tão cheirosas quanto no escuro A fala acesa conduz
Ao santuário habitado por nádegas febris repuxadas por gôndolas enviesadas nos muros
Aos estômagos abarrotados de cristo catalisado por papas
Atalho para antropomórfica Merda
Um soco me habita enquanto nada a chinchila para o bosque onde as peles cobrem fervores domesticados com tutano
A fuga é o abandono da alma que de tanto andar deu ao ar a forma do poço

Ícaro & Romiéri