18 de julho de 2008

Sois sóis

Randômico na prosa, a prova, o provado, o provador. Randômico na escrita, a cripta, a crise. Incrível como nós. Sois sóis. Somos sós. Randômico bestiário, metade inteira – inteiramente ao meio. Não disse a que veio. Cheio estio. Invernifica.

14 de julho de 2008

A despedida

Vai, me conte de você, das suas obsessões. Tudo bem, justo quando começou a calvície o chapéu saiu de moda. Na verdade, eu acho que tudo tem uma certa relação. É... necessidade estranha de ser o que não se pode. Fico colecionando idades... o que você disse? A ansiedade toca as minhas mãos e me fez desaparecer em litros e litros de água contaminada. Por que você decidiu ficar bêbado hoje? São paranóias adultas de levar o cu para passear...Você pode me explicar ? Os caipiras do sul vieram urbanizar São Paulo e eles tinham alguma coisa contra o chapéu. Aaaaaaaaaaaaaaaaaa o refúgio. O stop baseado em vinho e Santa Isabel. A realidade bate, não vamos abrir? Diga que dá pena ouvir, pois não vai sair nada. Estamos na hora de vagar porra, atrapalha a realidade, não? Eles se fartam dos meus frutos, o imperador persa encerrou as contas. Terei que trabalhar? Só perambule pelos meus sonhos. Pesadelos? Passe adiante o peso não dói... Sua mãe tem o rosto mais delicado que o seu. Sei, sua percepção está atualizada. Espera até abril...a minha cegueira acabará. E as ameaças de morte, iniciarão? A gente vive na marginalidade não há sentido...Eu me deprimo, amanhã partirei. Você pode me dizer? Deus sempre atrapalha tudo! Procure a Rita e não diga asneiras... Prefiro entender o quatro ao quadrado. Lave louça que passa, há muita roupa no varal. Preciso me depilar... talvez saia alguma coisa. A minha bunda não cabe no assento do vaso, eu disse para comprarmos um maior. O quê? O quê? Use as argolas no pulso, a vermelhidão desaparecerá. Odeio...odeio vestir esses sapatos. Eu disse argolas. Se livre desses livros, por favor. eu pedi há tempos. Não entendo a paranóia, todos fechados e nem fazem ruídos...É irritante! Sempre tropeço nas estantes, você é sensível? O seu cu pulsa, percebi quando você comeu o strudel. Odeio leite morno...a colher é muito rasa. Então coma as raspas de limão. Eu disse para você me falar das suas obsessões, não de laranjas. A pressão atmosférica caiu, deu no jornal. Abre a enciclopédia, leia o trecho sobre a elevação do ar quente. Não aguento o hemisfério Sul, o ar sempre circula no sentido horário. Então vá buscar o seu olhar...só não vale adendo. Adeus, levo os muffins de queijo e azeitona. Olha...olha! o palito saiu limpo e seco, não é o momento de partir. Odeio política, você sempre soube, não me dirija idéias esquerdistas. Sem problemas, distribuirei tudo em forminhas e serei o recheio misturado delicadamente a sua massa. Amanhã...sem delongas, partirei.




Rotina teatral

— Antes, você falava de tão perto, que ouvia o descolar da sua boca antes do seu hálito embaçar meu brinco.
— Não queria te olhar nos olhos.
— Antes você me abraçava.
(pausa)
— É.