17 de junho de 2008

Gritemos

Queria me dizer triste; criei uma metáfora sobre unicórnios confinados. Para as críticas, destruí as construções gramaticais e – letra após letra e novos acentos – inventei uma nova linguagem. Só para me frisar livre. Celebrei Borges e vacilei ante às bifurcações para contar que estava entediado num fim de semana qualquer.

No entanto.

Quando meu rosto recebia o carinho de outro, falei da tristeza sem texto, sem prezar pela construção de frases. Ao me indignar com um mal-atendimento na livraria, fui direto e moderadamente agressivo. Quando estive entediado, deixei o tempo passar e falei de futebol, música pop e do frio que chegou.

Cada grito tem seu espaço. Pergunte ao eco.